top of page

COMBOIO NA LINHA DE CAMINHO DE FERRO DA MORTE

​Última atualização: 05/05/2025

icons8-clock-100.png

Horário: três comboios por dia

icons8-currency-100.png

Ingresso: 100 THB

Uma das viagens de comboio mais emblemáticas da Tailândia segue pela histórica Linha do Caminho de Ferro da Morte, construída durante a Segunda Guerra Mundial. Entre paisagens exuberantes e passagens vertiginosas, o percurso é tão comovente quanto memorável.


A lendária Linha do Caminho de Ferro da Morte oferece uma das viagens de comboio mais impressionantes e comoventes da Tailândia. Construída durante a Segunda Guerra Mundial por prisioneiros de guerra aliados e trabalhadores asiáticos sob ocupação japonesa, a linha foi concebida para ligar Banguecoque a Yangon, no então território da Birmânia, como via estratégica para o esforço de guerra nipónico. A construção ficou marcada por condições desumanas, com milhares de vidas perdidas devido a fome, doenças, maus-tratos e acidentes — uma tragédia silenciosa que ainda hoje se faz sentir nos memoriais e nos trilhos que o comboio percorre.

Hoje, apenas parte da linha original permanece activa, nomeadamente o troço entre Banguecoque e Nam Tok, perto da fronteira birmanesa. A viagem de comboio inicia-se em Banguecoque, mergulhando progressivamente num cenário cada vez mais sereno à medida que se afasta da agitação da capital. As paisagens urbanas vão sendo substituídas por campos de arroz, plantações tropicais e pequenas aldeias rurais onde a vida decorre com simplicidade. Ao longo do trajecto, surgem templos budistas, mercados improvisados junto à linha e casas de madeira, rodeadas de vegetação densa e palmeiras esguias.

Com o avanço da composição, o horizonte altera-se subtilmente. As planícies dão lugar a colinas suaves e ao longe avistam-se os contornos montanhosos da província de Kanchanaburi. A atmosfera torna-se mais leve, a brisa que entra pelas janelas abertas traz o cheiro da terra húmida e da floresta próxima. Este é o prenúncio da transição para um território mais selvagem, onde o verde se adensa e a paisagem adquire uma nova profundidade.

O ritmo lento do comboio não é um inconveniente, mas sim parte da experiência: permite contemplar os detalhes da paisagem, observar a vida quotidiana dos habitantes e absorver a tranquilidade do interior tailandês. Esta primeira etapa é tanto um prelúdio visual como uma preparação emocional para a parte mais impressionante — e historicamente densa — da viagem: os desfiladeiros escarpados, as pontes estreitas e os vestígios de uma linha ferroviária construída à custa de sofrimento humano durante a Segunda Guerra Mundial.

Depois de deixar para trás a cidade de Kanchanaburi, a paisagem torna-se mais dramática. O traçado da linha acompanha as margens do rio Khwae e começa a serpentear por entre vales profundos, ravinas arborizadas e escarpas calcárias. O comboio abranda consideravelmente, não apenas por razões de segurança, mas também porque o traçado se torna mais exigente e sinuoso. Atravessa-se uma sucessão de pequenas pontes e túneis, e a sensação de proximidade com a natureza intensifica-se a cada curva apertada ou travessia elevada.

O ponto culminante desta secção é o Viaduto de Wang Pho, uma obra impressionante de engenharia rudimentar, construída em plena selva durante a Segunda Guerra Mundial. Assente em pilares de madeira alinhados contra uma parede rochosa íngreme, o viaduto acompanha a curva da montanha, suspenso sobre o rio. Construído à mão por prisioneiros de guerra e trabalhadores forçados em condições extremas, este troço da linha é simultaneamente belo e carregado de história trágica.

O comboio utilizado é de terceira classe, com bancos de madeira, janelas abertas e ventoinhas no tecto — simples, mas autêntico. A ausência de luxo é compensada pela atmosfera genuína e pela oportunidade de contacto com passageiros locais. Vendedores ambulantes sobem a bordo entre paragens, oferecendo frutas frescas, bebidas e petiscos tailandeses.

O destino final do percurso turístico é geralmente a estação de Nam Tok, pouco antes da fronteira com Myanmar. Apesar das origens trágicas da linha — que custou milhares de vidas durante a sua construção — esta viagem é hoje uma forma de homenagear a memória dos que ali trabalharam e sofreram, ao mesmo tempo que revela a extraordinária riqueza natural e cultural do oeste tailandês.

ENCONTRA ESTE DESTINO NESTA VIAGEM
bottom of page