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PARQUE HISTÓRICO PRASAT MUANG SING

อุทยานประวัติศาสตร์เมืองสิงห์

​Última atualização: 05/05/2025

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Horário: 08:00–16:30

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Ingresso: 100 THB

Às margens do rio Kwai Noi, o Parque Histórico de Prasat Muang Sing guarda as ruínas do posto mais ocidental do antigo Império Khmer na Tailândia. Templo, fortaleza e entreposto comercial, este sítio oferece uma viagem tranquila pela história esquecida da região de Sai Yok.


O Parque Histórico de Prasat Muang Sing distingue-se não apenas pela imponência das suas ruínas, mas também pela relevância geopolítica e cultural que assumiu nos séculos XII e XIII. O nome “Muang Sing” pode ser traduzido como “Cidade do Leão”, evocando poder e autoridade, qualidades que este complexo arquitectónico parece ter procurado afirmar na paisagem. Situado nas margens do rio Kwai Noi, este sítio arqueológico ocupa uma posição privilegiada, num corredor natural entre as terras interiores do antigo Império Khmer e as regiões hoje correspondentes ao território de Myanmar.

Mais do que um simples templo isolado, Prasat Muang Sing funcionava como uma verdadeira fortaleza religiosa — uma expressão do poder imperial khmer tanto no plano espiritual como no militar. A estrutura foi cuidadosamente desenhada para servir simultaneamente como posto defensivo e centro de culto, uma abordagem típica da administração khmer. As muralhas, construídas em laterite — uma rocha avermelhada comum na região — atingem por vezes mais de 5 metros de espessura, formando um perímetro quase quadrado que circunda todo o complexo. Este traçado remete directamente para os princípios de planeamento urbano adoptados nos grandes centros de poder como Angkor Thom, adaptados aqui a uma escala regional.

O sistema defensivo incluía torres estrategicamente distribuídas e quatro entradas orientadas segundo os pontos cardeais, todas ligadas entre si por caminhos internos bem delineados. Este rigor no planeamento não servia apenas propósitos práticos: fazia parte da cosmologia khmer, onde a organização do espaço reflectia a ordem do universo.

No centro do recinto, o templo principal ergue-se sobre uma plataforma elevada e está orientado para o nascente, numa alusão ao renascimento e à energia vital do sol. Dedicado a Shiva, uma das divindades centrais do hinduísmo, este templo posicionava-se como elo de ligação entre o poder terrenal e o divino. As formas arquitectónicas — incluindo os lintéis esculpidos e as falsas portas decorativas — indicam claramente a influência angkoriana, embora a escala e os materiais revelem adaptações locais.

A construção de Prasat Muang Sing terá ocorrido entre os séculos XII e XIII, durante o reinado de Jayavarman VII (r. c. 1181–1218). Este soberano é amplamente reconhecido como um dos reis mais ambiciosos e devotos da linhagem khmer, responsável por uma vasta expansão territorial e por uma impressionante campanha de construção de estradas, hospitais, mosteiros e templos — muitos dos quais dedicados ao budismo Mahayana, religião que adoptou como oficial do Estado.

A importância estratégica de Muang Sing, junto ao rio Kwai Noi e nas proximidades da rota que ligava Angkor ao golfo da Birmânia, justifica a presença de um templo fortificado com traços arquitectónicos semelhantes aos de Bayon e de outros grandes santuários erguidos sob a tutela de Jayavarman VII. Contudo, escavações e estudos arqueológicos revelaram indícios de uma origem mais complexa. Apesar de a maior parte da arquitectura monumental e dos elementos decorativos seguirem o estilo associado a Jayavarman VII — nomeadamente o uso de laterite, as torres com faces esculpidas e o plano em cruz —, o templo principal parece ter sido originalmente consagrado ao deus hindu Shiva. Esta presença de iconografia hinduísta, nomeadamente fragmentos de lingams e relevos associados à mitologia shivaíta, levanta a hipótese de que a estrutura primitiva possa anteceder a conversão do império ao budismo Mahayana ou que tenha coexistido com elementos de diferentes tradições religiosas.

Esta sobreposição de crenças é uma característica recorrente na história religiosa do Sudeste Asiático, onde as fronteiras entre o hinduísmo e o budismo eram muitas vezes fluidas. Em Prasat Muang Sing, essa convivência manifesta-se tanto na orientação ritual do templo como nos vestígios simbólicos deixados no local, sugerindo uma transição gradual ou mesmo uma apropriação adaptada dos espaços sagrados ao longo do tempo.

Durante séculos, Prasat Muang Sing permaneceu oculto sob a vegetação cerrada da selva tropical. O tempo, a erosão e o crescimento das árvores foram lentamente cobrindo as estruturas, até o templo-fortaleza se confundir com a paisagem envolvente. A memória do seu passado perdeu-se gradualmente entre as comunidades locais, e o local deixou de figurar nos mapas ou nas rotas de peregrinação e comércio. Esta longa obscuridade histórica fez com que, durante grande parte da era moderna, o nome Prasat Muang Sing fosse pouco mais do que uma referência vaga a ruínas antigas num ponto remoto da província de Kanchanaburi.

Foi apenas nas décadas de 1950 e 1960 que o interesse académico pelo património Khmer na Tailândia levou investigadores tailandeses a explorar com mais rigor a região. As primeiras expedições, dificultadas pelo difícil acesso e pela falta de infraestruturas, revelaram a existência de muralhas em laterite, fragmentos escultóricos e elementos arquitectónicos típicos da arte Khmer do período de Angkor. Perante a importância histórica e arqueológica do local, foi iniciado um programa sistemático de escavações e restauro sob a alçada do Departamento de Belas-Artes da Tailândia.

Este processo, que se prolongaria por vários anos, visou não apenas consolidar as estruturas e recuperar o traçado original do templo, mas também preservar os elementos decorativos sobreviventes e reconstituir o contexto histórico do local. As muralhas, os portões e o templo central foram restaurados com base em modelos existentes de outros santuários Khmer, respeitando os princípios da conservação arqueológica. Em paralelo, estudos académicos aprofundaram a compreensão da função multifacetada do complexo — como fortaleza, templo e entreposto comercial.

Graças a estas intervenções, Prasat Muang Sing pôde ser oficialmente classificado como parque histórico e aberto ao público, oferecendo hoje aos visitantes não apenas uma viagem ao passado do Império Khmer, mas também um testemunho do cuidado com que o património cultural tailandês tem sido protegido e valorizado. Entre árvores frondosas e ruínas silenciosas, o parque é um espaço de memória recuperada e de contemplação tranquila, longe da agitação dos circuitos turísticos mais convencionais.

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